Tuesday, September 11, 2007

pt. 2

Confrontada com aquela avalanche de rancores doces e esperanças desesperadas, ela se sentiu ainda e de novo como uma menininha. Uma tola menininha, desconhecedora então dos mais elementares mistérios das palavras, sem a mais difusa idéia de quais dizer. A verdade é que poderia construir as mais belas enunciações elaborações elucubrações, e de pouco adiantaria. Naquele momento, teve a certeza de que estava diante de um sonho não partido, mas estilhaçado, esmigalhado, implodido, feito pó. A qualquer tentativa de reuni-lo, acabava por escorrer entre os dedos, como a areia que um dia trouxera sorrisos a seu rosto, nos tempos em que ainda brilhavam as cores da infância. Apenas para se juntar a todos os outros e se perder, para sempre.

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