Tuesday, July 10, 2007

espaço.

Dessa vez, já não parecia tão pequeno aquele quase-que-só-quarto-e-sala. Começara a assumir a infinitude de tudo aquilo em que depositamos nossos afetos, de certa forma. Logo, retornaria aos minúsculos contornos originais. O familiar é facilmente enumerável, exaure-se com rapidez espantosa. Mas logo passamos a amar aquilo com que nos acostumamos. E então as fronteiras voltam a expandir-se. E tudo se repete, ao sabor das paixões humanas. Não se pode fugir à conclusão de que também as medidas áreas dimensões, aparentemente tão concretas, tão palpáveis, não passam de uma dessas verdades inventadas. Como todo o resto.



"A mentira exclui a verdade apenas na aparência; o senhor sabe que em muitos casos as mentiras - por exemplo, as do paciente para o psicanalista - indicam tanto quanto a verdade ou mais; e assim será para os que estarão interpretando nossa mensagem." (Italo Calvino, A Memória do Mundo, Todas as Cosmicômicas, p. 336.)

1 Comments:

Blogger debinh5 said...

isso é to-tal-me teoria da literatura I. já te disse pra fazer essa matéria? digo agora então. ;)


e sim, também sou fã do italo calvino. amote

2:42 PM  

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