Saturday, February 11, 2006

mensagem bitchy e intelectualóide

Considero que a vergonha tradicional de que fala Calligaris permanece na sociedade brasileira, como mais uma forma de manutenção dos privilégios de nossas egocêntricas "elites" (excelentemente ironizadas no texto de Walter Salles). Certos padrões de comportamento são associados a grupos menos favorecidos (o "isso é coisa de pobre" que se ouve por ai, por exemplo) como forma de subjugá-los, o que remete claramente aos antigos "códigos de honra" ligados, por exemplo, à nobreza medieval.
A respeito de "O Segredo de Brokeback Mountain", mencionado no último parágrafo do texto, tenho dois comentários a fazer. Um, sobre o comportamente lamentável das pessoas na sala de cinema quando assisti ao filme - depois de todo o barulho feito pela mídia, é óbvio que não havia "desavisados", todos os que estavam ali sabiam muito bem o que veriam, mas comentários preconceituosos e risadas ao menor sinal de envolvimento entre os protagonistas ocorreram durante toda a projeção. Prova de que o homossexualismo ainda é um tabu enorme dentro da sociedade. Outro, sobre a afirmação recorrente de que se trata de um "faroeste gay": é uma visão absolutamente reducionista de um filme belíssimo, com muito mais a oferecer. Pena que muitos não estejam preparados para apreciá-lo em sua plenitude. (Recomendo a leitura de "Contra a normalidade", de Bernardo Carvalho, publicado na Folha em 31 de janeiro.)
[ deus, como eu sou ridícula. ah, e eu não sou gay. nem militante gay. não acreditem no que ouvirem por ai. ]

2 Comments:

Blogger debinh5 said...

ainda não tive oportunidade de assistir ao filme. falta de tempo talvez,mas não falta de interesse. não, não o o interesse em ver dois gays fazendo o que quer que seja...mas ver um filme de romançe/drama bonito e emocionante, p que todos dizem, como todos os outros heterossexuais.
bem, fala-se tanto de anti-preconceito, mas as vezes os mesmos que pregam isso, sao os primeiros a comentar.
nao vale a pena discutir, porka, sempre havera o outro lado -e o preconceito.
infeliz, ou felizmente!

amo te

6:13 PM  
Blogger Bernado said...

Pois é, amor. O comportamente das pessoas quando o assisti, foi o mesmo. Pessoas comentando e as mesmas até sairam do cinema após o primeiro beijo. Deprimente esse comportamento. Não entra na minha cabeça que alguém entrou em alguma sala exibindo o filme sem saber o que iria passar, mas enfim, o filme passou, é lindo e restou apenas a pena dessas pessoas.
E eu te amo, Porkinha ! :)
( você está linkada no meu blog ! )

9:27 PM  

Post a Comment

<< Home